Há pessoas que pensarão que este título é caça-clique, mas se eu entrar em mais uma guerra interna sobre o que acharão este texto morrerá antes de tomar forma, como tantos outros.
Isso porque crescemos dentro de uma cultura que prega que outro alguém precisa gostar, validar e elogiar nossas ações em todos os campos da vida, e é assim que os sonhos morrem, deixam de existir dentro e fora de nós.
Porque, com essa eterna busca, deixamos de fazer o que nos dá prazer com medo do que o outro vai pensar ou dos likes que não vamos ganhar. Talvez isso não seja novidade para você, certamente não é para mim!
Mesmo assim quantas vezes você deixou algo para trás algo, seja tirar uma ideia do papel, começar um negócio, aventurar-se em um hobby — ou até mesmo comprar uma roupa — porque outras pessoas julgariam sua decisão, mandariam aquele sermão (sem fundamento) de que aquilo não é para você. Aposto que inúmeras!
Digo por experiência própria que já deixei diversas coisas para lá, inclusive escrever textos aqui no Medium, pois ainda busco por validação alheia. Tenho em mim todas as autossabotagens do universo, como bem diria Fernando Pessoa (contém ironia).
Outro dia, por exemplo, pensei em começar uma newsletter para compartilhar pensamentos, sobre política e comportamento com uma pitada de recomendações de séries, livros e músicas. Uma bela mistura de tudo!
Daí comecei o processo de autossabotagem: — quem vai querer algo assim que é tudo e não é nada? Mais um e-mail para as pessoas mandarem direto à lixeira. Quem sou eu na fila do pão para conseguir leitores? Por fim, falei na terapia e, mais uma vez, deixei de lado.
Este texto é um lembrete de que sempre deixo as minhas ideias descerem pelo ralo sem ter o mínimo de autoconfiança no meu potencial. Se você se identifica comigo, pare de bobeira agora e vá botar seu bloco na rua.
Antes de me julgar (olha aí eu buscando por validação), isso aqui é uma tentativa de voltar com algo que sempre quis fazer: ‘escrever recortes de pensamentos online’.
Então o que quero dizer é que nem tudo está perdido, mesmo com uma grande chance de você ser o único leitor deste texto!
O que nos resta é manter uma esperança que ainda há uma chance para nós destruidores dos próprios sonhos.
