Morar fora do Brasil é uma barra e a vontade de voltar para nossa terra é real.
Comecei esse rascunho com 5 meses de Canadá, e hoje faz mais de 3 anos que estou aqui. Tinha escrito no meu pobre e antigo rascunho que não imaginava os perrengues que passaria ao morar sozinha em outro país. Mesmo que eu tenha me preparado mentalmente para muita coisa.
Tão pouco imaginava que um mês depois de começar a escrever esse texto (ou o que era dele) a pandemia começaria. Que ficaríamos em casa, seja no Brasil, no Canadá ou em qualquer lugar do mundo.
Que a medida era sair só quando fosse essencial. E ficar em casa em um país estrangeiro é estranho e assustador, porque você sabe que não tem rede de apoio ali do seu lado. E também não pode correr para socorrer um parente se algo der errado. É uma faca de dois gumes. O isolamento vira mental também.
Para além da pandemia, recomeçar em outro país exige muita coragem e força e, por vezes, eu achei que tinha esgotado essas coisas. Parecia que não tinha mais força para continuar. Por isso, tive vontade de voltar, buscar passagens e fazer ninho em São Paulo novamente. Quase fiz isso, aliás.
Mas persisti! E cá estou no Canadá. Me sentindo em casa e de boa mesmo com a temperatura de -10. O lance é que mudei e continuo mudando, mas sem deixar de passar perrengue. Porque perrengue te acha, seja aqui ou no Brasil.
