As metáforas crescem junto com a louça para lavar
Raros são os dias que deixo louça na pia. Na verdade, eu criei uma mania quase obsessiva por não deixar coisas sujas na pia. Sair de casa ou ir dormir com a cozinha bagunçada se tornou um verdadeiro pavor. O máximo que eu aguento é uma caneca e às vezes uma colher e faca. Basicamente este o meu limite.
E naqueles dias que ultrapasso a linha – imposta pelo total de zero pessoas – fico com o pensamento na louça e em quando vou lavar tudo que ficou.
Isso porque parece que a cozinha fica escura, pequena e fora do lugar. Em um certo exagero, a minha vida parece que saiu do eixo. Grande problema, não é mesmo? Tudo por uma quantidade pequena de pratos, talheres e panelas deixados para trás.
Um dias me perguntei se é mesmo sobre a louça suja, um hipotético desleixo ou, talvez, seja algo maior que esteja por trás dessa problemática. Uma forma de autoafirmação e controle de que as coisas estão em ordem. Já que algumas bagunças internas ainda existem ao contrário da louça suja.
