Sobre livros não escritos

Sou.frida
2 min readJan 16, 2023

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Blank notebook

No começo de cada ano é normal criar expectativas e metas. A gente quer tudo, até conquistar o mundo. Dar aquele pontapé inicial para um novo começo, uma nova oportunidade. Aquela famosa ideia de um livro em branco, sabe?

Mas como você começa a escrever um livro se não tem nada para colocar no papel?

Por isso, a ideia das metas é tão atraente. É quase irresistível pensar que nos próximos meses teremos o poder de colocar em prática os nossos desejos. Inserir cores, palavras e quem sabe até ilustrações naquelas páginas em branco. 365 páginas.

O que ninguém te conta é que muitas vezes as páginas ficam vazias. Porque as metas não são batidas — e muito menos dobradas, como gostaria Dilma Rousseff.

Veja só; no ano passado um dos meus objetivos era virar vegana, já que boa parte da minha vida segue esse conceito. O que eu não contava era ter problemas de saúde que impediriam que eu escrevesse esse capítulo em 2022. Quiçá um livro.

Afinal, as coisas acontecem para além do que esperamos e planejamos.

E é assim que os livros não são escritos.

Mesmo com esse choque de realidade seguimos com uma esperança tão grande que ao chegar de cada ano pensamos “agora vai”, nos envolvemos novamente— sentimos aquela atração pelo novo, pelo poder de recomeçar. Mas, muitas vezes, não vamos. Ficamos.

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Sou.frida

Uma constante contradição, jornalista por escolha, amante de viagens e catlover.